Em meio às notícias que não param de chegar dos ataques de Israel, o que os candidatos estão fazendo?
Entre o mar de notícias de ataques de guerra estampadas nos sites dos principais jornais americanos, pouco (ou nada ou quase nada) se fala sobre o que os ataques de Israel vão significar para as eleições americanas. Pelo menos enquanto eu escrevo essa cartinha para vocês.
Sorte dos democratas é que o Senhor Joe Biden não está mais na corrida porque certamente ele não teria tempo para fazer campanha em meio a pagers que explodem, centenas que morrem no Líbano por conta do ataque de Israel, Zelensky querendo detonar bombas americanas na Rússia (e Biden resistindo a deixar isso acontecer) e ainda uma assembleia geral da ONU acontecendo no quintal de casa.
A propósito, que fim será que levou aquele acordo de paz que o Biden andava anunciando em off para a imprensa há algumas semanas? Deve ter explodido com os pagers, darling.
Enquanto isso, na sua rede social “É verdade este bilhete” (o nome da rede é Truth), Trump fez uma postagem dizendo que Kamala não tem capacidade de representar os Estados Unidos na Terceira Guerra Mundial.
Terceira Guerra Mundial, Tixa???? Quem disse isso? Why? Socorro! Fujam para as montanhas.
No último minuto da sua despedida do debate com Kamala, Trump já tinha soltado essa de Terceira Guerra Mundial. Ele disse que se ele for eleito, acabam-se as guerras. Se ele não for eleito, haverá a Terceira Guerra Mundial.
Mas pode-se dizer que também o Trump não está neste momento focando no assunto. (Ele é amigo do Bibi Netanyahu, diga-se de passagem, e os dois são considerados como grandes representantes da extrema-direita mundial.)
Trump fez um comício na Pensilvânia e preferiu falar como ele será protetor das mulheres e que por isso elas não precisam se preocupar com esse assunto de aborto.
“Você será protegida, e eu serei seu protetor”, disse o homem que foi pego em uma gravação (lá em 2016) dizendo que não podia ver uma mulher bonita que já ia beijando sem pedir porque, né?, são bonitas, para que pedir autorização?
A pesquisa da guerra
Nos Estados Unidos tem pesquisa para tudo, darling, e já tem pesquisa também sobre o que os eleitores pensam sobre como Kamala e Trump vão lidar com as guerras na Ucrânia e em Gaza, em responder efetivamente a um possível ataque chinês a Taiwan e promover os interesses dos EUA internacionalmente.
O site Axios destaca hoje a pesquisa do Institute for Global Affairs que descobriu que nacionalmente os eleitores acham que Kamala é melhor que o Trump para defender os interesses dos Estados Unidos (52% a 48%).
Mas, porém, todavia, entretanto, contudo, em seis estados conhecidos como campo de batalha, e que decidem a eleição, Trump é melhor avaliado (56% a 44%). Ele é melhor avaliado entre os eleitores do Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.
Vale dizer que a pesquisa foi feita em agosto e que já estamos quase chegando em outubro.
O que diz a pesquisadora
De qualquer forma, o pesquisador do Instituto, Mark Hannah deu sua opinião:
"Vimos que os independentes em estados de campo de batalha tendem a preferir uma política externa menos intervencionista. Então, o fato de os eleitores verem Trump como mais propenso a acabar com as guerras na Ucrânia e em Gaza pode fortalecer sua popularidade."
E o Thomas Friedman?
Thomas Friedman é aquele jornalista do New York Times, especialista no rolê de Global Affairs, que escreveu há algumas semanas que o Biden não devia acreditar no acordo de paz que o Bibi Netanyahu andava espalhando quando falava em inglês porque na língua dele ele dizia outra coisa. E ainda disse que apostava que o Bibi ia fazer algum ataque durante a campanha da Kamala.
Então digamos que quando o Thomas Friedman escreve a gente dá uma lidinha para saber o que ele anda achando do rolê.
Mas ele ainda não escreveu nesta semana. Mas na semana passada ele fez um artigo conclamando que os eleitores pensassem bem que o mundo hoje não é mais como antigamente em que o secretário de Estado com diplomacia negociava com os líderes em guerra. Hoje temos o Hezbollah, que é a primeira entidade não estatal na história moderna que pode ameaçar um outro estado com suas armas de precisão. Na visão do Friedman, isso significa que só tem um jeito hoje de os Estados Unidos evitarem guerras. É quando ele se reúne com amigos. E ele acha que o Trump já deixou claro que não vai ter amigos. Aff.
E a Kamala tem apoio fora do New York Times?
Parece que sim, darling. No domingo, mais de 700 autoridades militares e de segurança nacional assinaram e divulgaram uma carta de apoio à Kamala dizendo que ela "defende os ideais democráticos dos Estados Unidos" enquanto o ex-presidente Trump os "coloca em perigo".
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De olhos nas pesquisas
TUDO IGUAL. Aqui nesse cantinho a gente mostra um agregado de pesquisas que reflete qual a média para um candidato e outro. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, Kamala está 2,2 pontos à frente do Trump, mesmo de ontem. Na média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, Kamala está com 3 pontos à frente de Trump. Também igual ontem.
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