🐮 No governo, ninguém sabe e ninguém viu, mas o fato é que vazou para a imprensa que se estaria estudando um vale-carne de 35 reais para o povo do Bolsa Família. O cheiro ficou mais parecido com churrasquinho de Bolsa Joesley. Com todo respeito ao Joesley, claro. A gente usa o seu santo nome em vão porque afinal ele é o homem que mais vende carne no Brasew….. imagina 35 reais por mês. São 20 milhões de beneficiários. Na conta do padeiro, seriam uns 9 bi em vendas de carne com dinheiro do governo todo ano. 

🐮 Mas só quem estava sabendo do rolê era o ministro do Desenvolvimento Agrário, um tal de Paulo Teixeira (é, darling, a gente se perde também no rol de tantos ministros), e a tal proposta teria chegado ao ministério por meio de uma associação de pecuaristas do Mato Grosso do Sul. A Fazenda quase teve um treco. Não a dos bois, a do Fernandinho Cabelo mesmo. O homem querendo déficit zero e o povo do gado querendo uma bolsa. 

🐮 A coincidência é que o vale-carne, que já tinha sido sugerido em setembro do ano passado, vazou bem no momento em que as pesquisas mostram um aumento da percepção negativa do governo e da sensação de piora na economia. 

🐮 Não é exatamente só sensação, darling, a economia cresceu 3% no ano passado, é verdade, mas estava paradíssima nos dois últimos trimestres. E apesar de a inflação não ter sido assim tão problemática, no fim das contas, é só bater um papo com qualquer pessoa para notar que ninguém acha que os preços das comidas estão caindo.  Muito menos o da picanha. Aliás, os pecuaristas disseram ao ministério que com os 35 dava pra comprar dois quilos de carne. Queria saber em que açougue para eu ir lá. Acho que vou continuar na carne de mosca mesmo que está dando mais certo. 

🐮 Ontem foi a pesquisa Quaest e hoje foi dia da Atlas Intel. Na da Quaest, chama a atenção a queda do apoio dos brasileiros a Israel. É, darling. No mês passado, eram 52% favoráveis a Israel. Caiu para 39%. E na da Atlas, chama a atenção que para 66% dos brasileiros a segurança pública segue sendo a pior área do governo e 53% estão achando a economia indo mal. Foi a primeira vez que ficou acima de 50%. 

Compra um cafezinho!

🐮 E por falar em segurança, a Polícia Federal está toda trabalhada no se colar colou. Hoje a Folha noticiou que mesmo sem ter indícios de crime contra um deputado do PSD (o partido do Kassab), a PF pediu ao Xandão para fazer uma busca e apreensão no gabinete dele. Socorro, BRASEW. Daqui a pouco a polícia bate aqui na Tixa só por bater. Já tem gente dando nome aos bois: polícia política. O Xandão não permitiu a excursão no gabinete.

🐮 E o Nunes Marques, o supremo indicado por Bolsonaro e que também tem uma cadeira no Tribunal Superior Eleitoral, recomendou e todo mundo aprovou a condenação da Jovem Pan e de uma influenciadora de nome Pietra por ter falado que a Janja usava drogas e era cercada de maconheiro e que a Michelle era bondosa, bonita e cheia de bons valores. Então, qualquer empresa que tem concessão pública tem que fazer uma cobertura equilibrada. Não dá para chamar uma de maconheira e a outra de "do lar". Mas Tixa, já fiquei confusa a quem era o elogio. Darling, não me complique. 

🐮 E a nossa Marina Dassilvassauro de repente apareceu novamente no noticiário. Mas not good, darling. Ela disse que está fazendo um esforço grande para negociar um desfecho adequado na agenda de paralisação dos servidores ambientais. É, BRASEW, cerca de 90% dos funcionários do Ibama, ICMBio e Serviço Florestal paralisaram as atividades de campo e a análise de emissão de licenças ambientais. Estão parados há dois meses.

🐮 E termino com a sugestão de leitura da reportagem da Folha sobre as mulheres que mesmo com a permissão da lei são impedidas de realizarem abortos porque médicos e juízes se acham acima da lei. Não confunda sua ideologia com a lei. A lei permite que vítimas de estupro que engravidam, mulheres que correm risco de morrer por conta da gravidez ou as que esperam um bebê com anencefalia cerebral façam o aborto. Parem de matar as mulheres. Obrigada. 

Mulheres enfrentam recusa médica e humilhações para acessar aborto legal no Brasil
Brasil tem hospitais de referência em menos de 2% dos municípios, fazendo com que muitas tenham que viajar centenas de quilômetros