Omaha entrou no circuito dos campos de batalha e nem é um estado. A coisa está tão séria que Kamala já cita até o Warren Buffet para provar que não é comunista

A disputa pela Casa Branca está tão, mas tão acirrada, que todo mundo já começa a considerar seriamente que Omaha poderá decidir a eleição. Não, não é um estado e não, não está naquela listinha dos sete estados decisivos, os campos de batalha da eleição americana. 

Omaha fica em Nebraska (esse sim é um estado) e é uma cidade conhecida mesmo por ser a terra do Oráculo: Warren Buffett. (Não darling, não é o nome de um buffet infantil). Warren Buffett é um dos maiores investidores ever de todos os tempos, bilionário, badalado, cortejado e amado (depende do ponto de vista) no círculo financeiro. O Oráculo ainda não se manifestou sobre a corrida presidencial. 

Eis o que acontece em Omaha.

Na verdade, eis o que acontece em Nebraska. 

Como já contei aqui, a eleição americana é indireta. As pessoas votam, mas quem decide no fim é o Colégio Eleitoral. O vencedor tem que ter 270 votos do Colégio Eleitoral e é uma briga de foice por esses votos. As pesquisas dão conta que o rolê vai ser apertado (como, aliás, foi em 2020).  

Se um candidato ganha o voto popular em um estado, leva todos os votos do colégio eleitoral daquele estado e vai contabilizando para a vitória. 

Mas Nebraska é um dos dois estados americanos que divide seu colégio eleitoral com os distritos congressionais. Por mais que os Republicanos, há anos, ganhem a eleição em Nebraska, eles só levam os 5 votos se ganharem também o voto popular nos distritos. E o que está acontecendo nesta eleição? O distrito de Omaha está querendo votar para a Kamala. E aí, a Kamala pode ganhar um voto no colégio eleitoral que simplesmente poderá decidir toda a eleição americana.

Os republicanos estão bem cientes disso, tanto que queriam mudar a lei estadual para obrigar que Nebraska fosse como os outros estados, ou seja, que não dividisse o colégio eleitoral com os distritos. 

Mas nesta semana, um legislador republicano bloqueou o plano dos próprios republicanos (isso mesmo que você leu) de garantir todos os votos de Nebraska. O senador estadual Mike McDonnell, que é republicano, mudou de posição sobre a mudança na legislação e disse que depois de ouvir todo mundo ficou claro para ele que há menos de 45 dias da eleição não era hora de mudar as regras. Parece que nada vai mudar em Nebraska. 

Tem guerra sim

Mas a guerra nos campos de batalha está a todo vapor. Como dizem os analistas, nesta eleição todo lugar importa já que a corrida vai ser ganha pela diferença de um centímetro. As pesquisas mostram isso. Em alguns estados campos de batalha a Kamala está na frente, em outros é o Trump. (E por isso surgiu Omaha.)

Vamos fazer um overview sobre a situação dos campos de batalha: Arizona, Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Carolina do Norte, Nevada e Geórgia. (Tixa, e não rola uma ordem alfabética? Vixi, darling, fui botando de memória mesmo.) 

Reforçando, no dia da eleição, o que importa acompanhar é o resultado desses estados.

Pensilvânia, Wisconsin e Michigan

Se tem um estado que parece que é aquele que se você ganhar, levou a eleição, esse estado é a Pensilvânia. Kamala tem 4 pontos na frente, segundo a última pesquisa do New York Times. Mas como tem margem de erro, isso não significa muito. 

A prova de que todo mundo considera esse o estado mais importante ever é que lá é onde tem mais campanha de rádio e televisão. Os partidos despejaram quase US$ 140 milhões em propaganda só na Pensilvânia. E também esse é o estado em que tanto Trump quanto Kamala passaram mais tempo. 

Mais eis o que os especialistas do New York Times dizem

“Vamos falar sobre o caminho mais claro de Harris (Kamala) para a vitória. Em nossa média de pesquisas, ela atualmente tem dois pontos percentuais de vantagem na Pensilvânia, Michigan e Wisconsin — e se ela ganhar todos os três, e um único voto eleitoral de Nebraska, a presidência é dela, assumindo que os estados menos divididos votem como esperado.”

Repararam nesse “um único voto eleitoral de Nebraska”? 

Fora o “tem que ganhar em Wisconsin e Michigan”. Tá fácil, né?

Em Wisconsin, o Biden ganhou em 2020 por uma diferença de 21 mil votos. 

Carolina Dieckmann Laços De Família GIF - Carolina Dieckmann ...

Mas e a Carolina?

E aí, tem a Carolina do Norte, que sempre foi um estado mais a favor dos Republicanos. A última vez que um democrata ganhou na Carolina do Norte foi o Obama em 2008. Foi o único estado campo de batalha em que Trump venceu em 2020. Mas a Carolina segue na lista dos estados indecisos e a prova disso é que Kamala encostou em Trump nesta pesquisa. 

Geórgia

O que a Geórgia tem a nos dizer sobre essa eleição? Vou aqui destacar o que disse Nate Cohen, o analista de pesquisas do New York Times: “são os estados mais brancos, como Michigan e Wisconsin, onde Harris parece estar mais forte nas pesquisas, enquanto estados mais diversos estão se inclinando ligeiramente para o lado de Trump.” 

E o senado?

Os democratas estão bem preocupados com a corrida ao Senado. Eles temem que Jon Tester, de Montana, não ganhe a cadeira democrata. O que será um problema para Kamala, se ela for eleita, porque isso pode significar que os Democratas não terão maioria no Senado. Inclusive ela foi perguntada sobre como conseguiria dinheiro para tudo o que planeja fazer sem ter o Senado, em entrevista ontem na MSNBC (sim, finalmente mais uma entrevista), e fingiu que tinha sido perguntada sobre outra coisa. 

Entrevista café com leite

A propósito, Kamala dar entrevista para a MSNBC é como Trump dar entrevista para a FoxNews. Tudo parça.

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Como provar que você não é comunista

Kamala foi falar ontem sobre economia com o empresariado e os economistas de Pittsburgh e estava toda trabalhada no “eu sou capitalista”. Sim, ela disse essa frase. Prometeu fazer no seu governo um capitalismo da classe média. (Vejam o efeito de Trump a chamando de marxista e comunista). E aí, lá pelas tantas, para provar que não é comunista, ela parafraseou quem? Quem? Quem? Ganha uma passagem para Omaha quem adivinhar. Ele mesmo. Warren Buffet. Eis o que ela disse:

“Desde a fundação da nossa nação, não houve nenhuma incubadora para liberar o potencial humano como a América. Precisamos proteger esse espírito.”

Lobby do Zelensky

O Zelensky, presidente da Ucrânia, sim, aquele país em guerra com a Rússia, andou se desgastando com os republicanos. Ele está nos Estados Unidos tentando convencer o país a lhe dar mais dinheiro e a permissão para usar umas armas powertech contra a Rússia porque ele jura que assim vai ganhar a guerra. Mas aí, ele foi fazer uma visita em uma fábrica de munição na Pensilvânia e os Republicanos acharam que a visita foi muito eleitoral porque o governador do estado é dos democratas. O presidente da Câmara quer até que Zelensky troque a embaixadora da Ucrânia por causa disso.

Já o Biden, que vai receber o Zelensky, não anda querendo dar a autorização para o uso das armas powertech. 

E o Trump não quer nem receber o Zelensky. Todos estão Putin com o Zelensky, né, Tixa? Tá, tá, já ganhou seus 15 segundos de fama, darling. Aff.


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De olhos nas pesquisas

TUDO IGUAL. Aqui nesse cantinho a gente mostra um agregado de pesquisas que reflete qual a média para um candidato e outro. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, Kamala está 2,1 pontos à frente do Trump, IGUAL o de ontem. Na média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, Kamala está com 2 pontos à frente de Trump. Um ponto a menos do que anteontem, mas IGUAL a ontem.

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