Uma mãe. Seis filhos. O marido preso injustamente. Não tenho dúvidas de que os bolsonaristas se inspiraram no roteiro de Ainda Estou Aqui (e até a frase: Eu estou aqui) para tentar emplacar os planos da anistia para os golpistas do 8 de janeiro. Aliás, usaram até a frase “Eu Estou Aqui”. E eu vi porque a Tixa está subindo as paredes do Congresso nesta semana, BRASEW. Vem saber as novidades.
Vanessa Ferreira foi ontem ao Congresso participar de uma coletiva de imprensa com algumas dezenas de deputados de oposição. Ela levou seus seis filhos e no discurso disse que seu marido foi preso injustamente porque não havia provas contra ele na invasão do 8 de janeiro. (Um dos deputados bolsonaristas, enxuga os olhos). Ezequiel, o seu marido, foi condenado pelo Supremo a uma pena de 14 anos de prisão por tentativa de golpe e está foragido. Sim, fugiu.
Quando a coletiva já parecia ter acabado, um dos deputados grita "Ainda Estou Aqui". Vanessa então toma a palavra novamente e no meio do seu novo depoimento fala diversas vezes “Eu Estou Aqui”.
Eis que então aparece Nikolas Ferreira, pega Vanessa e a leva no meio de uma confusão tremenda diretamente para a sala de Hugo Motta dos Conchaves, o novo dono da Câmara frigorífica. Por que Huguito entrou no roteiro? Porque foi ele quem incendiou os bolsonaristas quando declarou na sexta-feira que achou as penas exageradas e que o 8 de janeiro não foi golpe.
Nota aleatória. E adivinha o nome do sujeito da Organização dos Estados Americanos que está no Brasil ouvindo os ministros supremos, os deputados bolsonaristas e todo mundo sobre a tentativa de golpe do 8 de janeiro para saber se houve ataque à liberdade de expressão? Pedro Vaca. Juro. Não é piada. Nem vou fazer piada disso, gente. O nome dele é esse. (O Zé Simão que lute para não chamá-lo de predestinado.)

O Múcio vem aí
Os bolsonaristas fazem barulho, mas a bem da verdade é que tem ganhado força a ideia de que o Supremo abusou das penas. Ontem no Roda Viva, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, foi um dos que defendeu que as penas fossem revistas.
Aliás, o Múcio andou dando munição para a defesa de Bolsonaro no processo do golpe, como contou a Carla Araújo, do UOL. Múcio disse na entrevista do Roda Viva que pediu ajuda de Bolsonaro durante a transição para o governo Lula para que os comandantes das Forças Nacionais o recebessem. Os adevogados agradecem.
A outra anistia
E por falar em anistia, outra lei de anistia estava em pauta hoje no Supremo. A anistia para o povo da ditadura. O supremo Dino DaSsilvaSsauro, conhecido popularmente como Flávio Dino, propôs que não houvesse perdão para aqueles que ocultaram cadáveres, durante processo sobre desparecidos de militantes na Guerrilha do Araguaia. (Ainda estou aqui movimentando Brasília). A maioria dos supremos já se manifestou a favor da tese do Dino.

Pé-de-Meia
Os deputados de esquerda também fizeram coletiva hoje para defender o Pé-de-Meia e querem botar a culpa de uma eventual suspensão do pagamento do benefício a 4 milhões de estudantes diretamente na “extrema direita”. Tabata Amaral disse que ficou chocada ao acordar hoje e ver a notícia de que a oposição foi ao Tribunal de Contas da União pedir a suspensão do benefício. Os deputados dizem que explicaram ao tribunal que não teve nada de ilegal em usar fundos do Fies para o pagamento de 6 bilhões em benefícios. Que, inclusive, foi aprovado por lei. Agora a decisão é do TCU. O tribunal começou a investigar a história por conta de reportagens da Andreza Matais que mostravam que não havia transparência no uso do orçamento para o Pé-de-Meia.
E o homem do aço?
O papo agora é de que não adianta falar em retaliação sobre as novas tarifas do aço que o Donald J. Trump impôs ao mundo todo e que o Brasil precisa negociar. Haddad, o ministro da Fazenda, fez questão de ressaltar a parte de que não foi algo contra o Brasil, mas contra todo o mundo.
Falando nisso, nosso Fernandinho Cabelo, o Haddad, fez encontrinho com Davi Alcolumbre, o novo presidente do Senado, para entregar 11 pautas prioritárias do governo. Gente, foi um progresso e tanto. Para o Hugo Motta, Haddad falou em 25 pautas prioritárias.
Guerra do Golfo
Enquanto isso, nos EUA, Trump expulsa de um evento na Casa Branca um jornalista da Associated Press (uma das maiores agências de notícias do mundo) porque ela anda chamando o Golfo do México de... Golfo do México.
Acorda, BRASEW, que eu vou dormir.
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