Para surpresa de zero pessoas, a Primeira Turma do  Supremo recebeu a denúncia contra Bolsonaro (e os sete anões) sobre a tentativa de golpe de Estado. E, fez-se a História. Pela primeira vez, um ex-presidente e generais viraram réus e vão responder a um processo penal por ataque à democracia. 

Mas e aí? Serão condenados?

Agora é que são elas, BRASEW. A partir de agora é que começa para valer a produção de provas, a defesa, oitivas de testemunhas, laudos e todo o resto desse rolê mooonstro. Vamos aos principais pontos do julgamento do século:

O principal desafio 

A vida não é só ir lá e dizer que alguém queria dar um golpe. A acusação terá que provar que Bolsonaro teve participação no 8 de janeiro ou na gestão do Punhal Verde e Amarelo (que era o plano para aniquilar Xandão, Lula e Alckmin) ou o ataque ao aeroporto ou a queima de ônibus em frente à Polícia Federal, enfim, em qualquer situação de violência para execução do golpe de Estado. E por que isso? Porque, pela lei, para haver um crime de tentativa de Golpe de Estado, necessariamente, precisa ter havido violência ou grave ameaça.

O que diz a lei sobre crime de golpe de Estado:

“tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído.”

A linha

Mas, porém, todavia, entretanto, contudo, a suprema Cármen Lúcia e o supremo Flávio Dino já se adiantaram em dar um caminho: “ditadura mata”. E, portanto, tentar um golpe é trilhar o caminho da violência. Dino disse que golpe de Estado mata nem que seja dias, meses ou anos depois. 

O consenso 

Nem os advogados das defesas tiveram coragem de dizer que não houve uma tentativa de golpe. Fato bem usado pelos supremos em seus votos para aceitar a denúncia. 

A dificuldade

O inquérito da Polícia Federal e a denúncia do Ministério Público Federal não conseguem apontar em definitivo que Bolsonaro estava envolvido no 8 de janeiro. Mauro Cid (o delator) chegou a dizer, inclusive, que todos foram pegos de surpresa com o 8 de janeiro.

A defesa antecipada

Bolsonaro já saiu dando coletiva, acusando Xandão, dizendo que é tudo uma coisa pessoal contra ele e aproveitou para falar mal de novo das urnas eletrônicas. Ô, ô, ô, nada mudou. 

Em sua defesa, Bolsonaro disse que fez até live antes de ir para os Estados Unidos dizendo que não era para ninguém ir para o tudo ou nada. Ainda se gabou que o Múcio foi pedir apoio para ele para conversar com os comandantes das Forças Armadas na transição de governo e que ele nomeou os novos comandantes indicados por Lula. “foi o que eu fiz”.  Enfim.

Outra linha de defesa de Bolsonaro foi dizer que já era a favor do voto impresso desde anos atrás (a denúncia diz que ele começou a criar a narrativa de fraude em julho de 2021). Ele também disse que graças a Deus foi para os Estados Unidos e não estava aqui no 8 de janeiro, se não, já teria sido preso ou morto. Aff. Que dramático!

Ah, e aproveitou que o Xandão falou que mais de 500 pessoas confessaram que participaram do 8 de janeiro (e que era um plano de golpe) para dizer que nenhum dos 500 mencionou seu nome como organizador. 

Sobre a minuta do golpe, ele disse que nunca assinou. Isso todo mundo sabe, os milicos inclusive reclamaram que ele amarelou. 

Quem são os réus e o que Xandão falou sobre eles em seu voto?

Bolsonaro - fortes indícios de ser o líder da organização criminosa. Começou com lives desacreditando urnas eletrônicas e foi até a elaboração de decretos de golpe para fechar o Tribunal Superior Eleitoral e prender ele(Xandão). 

Alexandre Ramagem - Criou a narrativa do golpe e usou a Abin (agência de inteligência) para espionagem.

Anderson Torres - Era o ministro da Justiça com o decreto do golpe no armário, além de ser a linha de comando da Polícia Rodoviária Federal que foi usada para atrasar eleitores nas eleições.

Almirante Garnier - chefe da Marinha que quando viu a minuta do golpe disse que estava pronto para a treta.

General Braga Netto - não só era um dos cabeças como incitou os populares ao golpe e ainda fez reunião golpista na sua casa. 

General Heleno - também ajudava no discurso de desinformação e falou em espiões da Abin na campanha eleitoral. Era chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que mandava na Abin. 

General Paulo Sergio - ministro da Defesa do governo Bolsonaro. Ele ajudou a elaborar e apresentou a minuta do golpe para os chefes das Forças Armadas. Alterou o resultado da comissão do ministério da Defesa que tinha dito que não havia fraude nas urnas eletrônicas. 

Tenente-Coronel Mauro Cid - ex-faz tudo de Bolsonaro, confessou e delatou todo mundo, vulgo X9.

A estratégia do Xandão

Além do resumão do que cada um fez ou não fez, Xandão aproveitou para passar um vídeo com os piores momentos dos atos golpistas do 8 de janeiro. Como diz o MiAlckmin, uma imagem vale mais do que mil palavras. Bolsonaro achou ruim essa história de mostrar vídeo. 

O fator Fux

Luiz Fux, mais conhecido como in Fux we trust, já adiantou que vai questionar muita coisa no processo do golpe. E aproveitou até para falar da pichadora do perdeu, mané. Fux afirmou que no caso da cabeleireira que pichou a estátua da liberdade, digo, da Justiça, ele vai questionar a pena de 14 anos dada por Xandão. 

Durante o julgamento da denúncia contra Bolsonaro, os ministros falaram muito desse caso e aproveitando a audiência tentaram explicar que ela não foi lá só pichar, mas que também fazia parte do grupo que ameaçou a democracia. 

Fator Trump

Bem hoje, no dia do julgamento, saiu a notícia de que o Trump assinou uma ordem executiva mudando a regra eleitoral nos Estados Unidos e elogiando o sistema de biometria usado nas eleições do Brasil. Aff. 

Ponto negativo para o Supremo. O caso está sendo julgado na Primeira Turma e não no Plenário. Apesar de estar dentro da regra, politicamente este é um ponto negativo para qualquer resultado do julgamento. 

Enquanto isso, o Valdemar

O Valdemar Voldemort recebeu de volta seu passaporte. Xandão autorizou a devolução já que ele não foi denunciado pela Procuradoria Geral da República.

TrumpNews

Registro aleatório para a frase do momento de Trump:

"Precisamos da Groenlândia para a segurança internacional. Precisamos dela. Devemos tê-la. Odeio dizer isso assim, mas vamos ter que tomar posse deste imenso território ártico.”

Fiquei impressionada com a sensibilidade de Trump, BRASEW.

Obituário. Morreu hoje Fuad Noman do PSD, prefeito de Belo Horizonte. Ele foi reeleito no ano passado, mas ficou só 3 dias na prefeitura, se ausentado por conta da piora de seu estado de saúde.


Aqui na Tixa entregamos nosso conteúdo gratuitamente, mas não significa que não custa caro. Se este conteúdo tem sido um diferencial no seu dia a dia, considere ser nosso apoiador. A maneira mais fácil é pelo Pix da Tixa: 49.875.575/0001-47