Dentro da nova ordem mundial que Donald J. Trump (J de João, eu juro) resolveu patrocinar, pode ser que ele acabe reelegendo o Lula. Tixa do céu! Do que você está falando? Acalme-se, darling! Vamos lá explicar neste resumo lindo do dia — digo, da noite.

Ontem foi o prestigiado jornal Financial Times dizendo que o agro do Brasil vai bombar de tanto vender para a China e que o nosso grande país ainda receberá investimentos em infraestrutura, porque, né? Pra o agro bombar, precisa melhorar a infraestrutura pra escoar os produtos. Isso significa o quê? Money, money, money e economia crescendo.

E hoje foi o dia dos investidores da bolsa de valores acharem que a Embraer, a nossa empresa de aviões, vai acabar se dando bem depois que a China proibiu que as empresas de lá comprem os Boeings americanos (eles iam entregar 45 aviões só neste ano). Sim, a China resolveu embarcar na guerra tarifária do Trump. O Trump que lute com isso.

Mas tem mais da série Trump vai acabar reelegendo o Lula. Outro dia, noticiamos aqui a pesquisa Ipesp, do Antonio Lavareda, mostrando que mais da metade dos brasileiros estão desaprovando esse jeito Trump de ser presidente. Se essa rejeição continuar, vai jogar água no drink dos bolsonaristas que, assim que o Trump assumiu, disseram que aqui no Brasil eles ganhariam também.

O alerta, inclusive, vem do Canadá, onde a corrida eleitoral mudou completamente desde que o Trump começou essa loucura completa da guerra tarifária — como contamos ontem.

Pensamento aleatório: e os bilionários que não acreditaram que o Trump ia fazer a guerra tarifária, apesar de ele ter dito milhões de vezes durante a campanha que iria fazer esse rolê das tarifas? O que vocês acham que as elites vão começar a pensar por aqui? (A propósito, Trump também disse que ia acabar com todas as guerras em duas ligações, e eu fazia votos de que essa promessa ele cumprisse na real.) Agora os bilionários estão por aí, dando mil entrevistas pra dizer: “chama a mãe que o pai tá loko”.

Conclusão brilhante do dia: a cada flash, Trump empurra o Brasil a ter um candidato de direita mais moderado, me dizem os entendidos. E, também a cada flash, Trump pode ajudar a melhorar a economia brasileira — levando votos para Lula. (Sim, eu sei, só o tempo dirá.)


Enquanto isso, o Congresso de folga

Está se falando tanto de anistia pra cá e anistia pra lá. Lista pra votação urgente que se protocola aqui. Gente que assina acolá. Huguito Motta que faz tuíte sobre democracia. E aí ficamos achando que eles estão lá, trabalhando sem parar. Certo? Errado, darling. O povo meio que deu uma emendada com a Páscoa. A gente que lute aqui, sem essa folga toda.

Na Câmara, liberaram os deputados pra só assinar presença remotamente. Isso é muito melhor que home office. Você faz intrigas à distância, da praia, tomando um chopp. Olha que beleza! Huguito, inclusive, está viajando com a family pelo exterior.


Alô, líderes!

E aí nós ficamos aqui, discutindo anistia sem saber se isso vai andar mesmo ou não. Já se fala até em um projeto mais brando — sobre só dar anistia para o 8 de janeiro. Mas o Motta já disse que democracia não se faz assim, tem que ouvir os líderes.

E a Gleisi "Narizinho" Hoffmann, nossa ministra da desarticulação nacional — digo, articulação — disse que o governo não vai retaliar ninguém que assinou a listinha do PL. Claro que não, né, companheira? Mais da metade da base do governo assinou o pedido de urgência para votação do projeto de anistia. Se retaliar, esvazia o governo.


Minha Vida

Já o governo continua lá, lutando. Anunciou hoje um aumento do salário mínimo (pra contrariedade do Armínio Fraga) dentro das diretrizes para o orçamento do próximo ano — e que está liberando o Minha Casa Minha Vida pra quem ganha até 12 mil reais (vai pegar uma nova parcela da população). O que significa? Financiamento com juros de 10%.


Xandão amolece

Esse tempo de celebração da ressurreição parece que tocou o coração do Xandão. Ele decidiu passar da prisão em regime fechado para uma prisão domiciliar um pastor condenado a 16 anos de chilindró por conta do 8 de janeiro. Inclusive, contrariando parecer da Procuradoria Geral.

Falando em Xandão: André Mendonça, o supremo terrivelmente evangélico escolhido por Bolsonaro, votou pelo impedimento de Xandão no processo contra Bolsonaro. Mas a Inês é morta. Os ministros já formaram maioria para que Xandão julgue sim o nosso ex.


Nosso ex está bem

O ex-mito resolveu publicar um vídeo seu passeando com grande dificuldade pelo hospital, com cara de sofrimento. Um leitor foi pego de surpresa com o vídeo nas redes sociais e nos perguntou se era real ou teatro. Ah, darling, como responder a isso?


Tretas elétricas

E o Ricardo Nunes, o prefeito de São Paulo — agora um pouco mais conhecido — foi dar entrevista pro UOL e botou o dedo no olho do ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, acusando Xandinho de agir contra o interesse público ao se amigar com a Enel. O prefeito questionou a renovação antecipada do contrato da empresa e sugeriu que há uma relação próxima entre Silveira e a companhia. Só sei que, se a galera começar a querer escarafunchar renovações antecipadas de contratos, vai acabar caindo na Comgás. Digo nada, só óleo, né, Doria?

Pra quem não lembra, Alcolumbre — o Davi estrela mais poderoso do Senado — também quer derrubar o Xandinho. Mas Xandinho quer se garantir e está lá, preparando um projeto pra isentar até 60 milhões de pessoas do pagamento da conta de luz. Sabe como é: um Trump sozinho não faz verão, BRASEW.


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