Se pesquisa ganhasse eleição, o Trump nunca teria sido eleito. Mas que elas direcionam as campanhas, ah, isso elas fazem. Está aí a saída do Biden da corrida maluca que não me deixa mentir sozinha. E, neste momento, as pesquisas mostram que a coisa está NOT GOOD para Donald Trump.

Not good na pesquisa Fox News, emissora sabidamente pró-Trump. Not good na Flórida, que votou com Trump em 2016 e 2020. Not good nos estados campos de batalha, que antes estavam com Trump. Not good entre os trabalhadores brancos.

Isso talvez explique porque Trump anda dando colher de chá até para rede social concorrente (ele voltou ao X-Twitter, apavorando os acionistas da Truth Social) e os republicanos, falando abertamente que ele precisa mudar estratégia de campanha.

Fox News

Kamala tem um ponto a menos do que Trump, 49%-50%. Nada muito diferente do que a pesquisa já vinha registrando. Mas, porém, todavia, entretanto, contudo, a pesquisa mostra que entre os novos eleitores (aqueles que não votaram nas últimas quatro eleições gerais) Kamala está com 49% de apoio, percentual igual ao de Trump. Por que isso importa? Porque no mês passado Trump tinha 7 pontos a mais do que Biden.

Além disso, Kamala tem uma vantagem na “importante medida de simpatia pessoal.” Ela está 3 pontos abaixo da média, vista favoravelmente por 48% dos eleitores e desfavoravelmente por 51%. Trump está 6 pontos abaixo da média, 47-53% (apesar de que Trump melhorou muito neste índice).

Flórida

A última pesquisa USA Today mostra que Trump lidera por 47% a 42% (+5). Já a pesquisa Florida Atlantic mostra Trump na frente por apenas +3. Por que isso é um problema se Trump está liderando? Porque ele já esteve +10 na frente. “O que era uma viagem fácil pelo Estado do Sol agora é uma viagem cautelosa", disse David Peologos, diretor do Centro de Pesquisa Política da Universidade de Suffolk ao USA Today. “Kamala ainda é azarão, mas ela está um pouco mais perto do que as pessoas imaginam”.

O que as pesquisas sugerem é que a Flórida pode estar virando um estado campo de batalha. Ou seja, deixa de ser um estado definido (no caso, republicano) para virar um indeciso. Quando o Biden desistiu, um fenômeno parecido estava acontecendo com Nova York em que o Biden liderava, mas o Trump estava rapidamente se aproximando.

Campos de batalha

Nos Estados Unidos, são sete os estados considerados indecisos, ou seja, não se sabe se votarão pelos democratas ou pelos republicanos. E como lá a eleição é indireta, são esses estados, mesmo com menos eleitores, que decidem a eleição. Por isso a galera despeja dinheiro de campanha eleitoral por lá.

E o que dizem os números? Pesquisa Cook Political Report divulgada ontem mostra que Kamala está na frente em seis dos sete estados. Perdendo somente em Nevada. Mesmo assim, Kamala reduziu a margem neste estado em 6 pontos.

No fim de semana, pesquisa New York Times/Siena já mostrava Kamala na frente na Pensilvânia, Michigan e Wisconsin.

Trabalhadores brancos

O apoio dos eleitores brancos da classe trabalhadora da Pensilvânia, Michigan e Wisconsin diminuiu drasticamente e esse é um eleitorado que Trump aposta fortemente. A pesquisa New York Times/Siena mostrou que a preferência por Trump entre estes eleitores caiu 13 pontos desde maio.

Por que isso aconteceu?

Porque os democratas trocaram o Biden pela Kamala e ela chegou chegando, cheia de risada e bom humor, e deixou Trump perdido, sem saber como atacá-la.

Ele já tentou chamá-la de risonha demais, questionou se ela era mesmo negra, a chamou de maluca. No fim de semana, disse que uma foto mostrando uma multidão em comício da Kamala era IA. Mas nada disso resolveu. Até porque a multidão era real.

Mas significa que essa onda azul da Kamala vai durar? Not. A campanha do Trump começou uma enxurrada de propaganda nos estados campos de batalha dizendo que ela é “perigosamente liberal”, que no bom português significa "esquerda demais.”  

O que Trump está fazendo?

Trump voltou para o X-Twitter e ficou duas horas falando com Elon Musk em uma live de áudio.

O MAGA Inc, um fundo eleitoral pró-Trump (de quem mais seria, Tixa?) anunciou que vai gastar US$ 100 milhões em propaganda nas próximas semanas.

Trump que queria ficar meio paradinho, por pura pressão, agora vai viajar para dois estados indecisos e fazer comício.

Ele também reforçou a equipe de conselheiros, indicados por seu filho Donald Trump Jr. O pessoal está atento ao movimento. Pode significar que ele vá trocar de equipe?

O que os republicanos estão fazendo?

Depois de o terem coroado na convenção republicana, crentes de que nada mais tiraria a presidência de Trump, restou aos republicanos dizer publicamente que se ele continuar do jeito que está não vai dar certo.

Nikki Haley, na terça-feira, na Fox News:

“A campanha não vai vencer falando sobre o tamanho da multidão. Não vai vencer falando sobre a raça de Kamala Harris. Não vai vencer falando sobre se ela é burra.”

O ex-presidente da Câmara Kevin McCarthy (California):

“Você tem que fazer essa corrida não em personalidades. Pare de questionar o tamanho de suas multidões e comece a questionar sua posição quando se trata do que ela fez como procuradora-geral sobre crimes.”

Ex-assessora sênior de Trump , Kellyanne Conway:

“A fórmula vencedora para o presidente Trump é muito clara: são menos insultos, mais percepções e esse contraste de políticas.”

Vivek Ramaswamy, na terça-feira, na NPR:

“Acredito que um foco mais forte na política é o caminho para vencer esta eleição.”

O ex-assessor de Trump, Peter Navarro, na segunda-feira:

“A fórmula atual de manifestação simplesmente não está suficientemente focada nas diferenças políticas muito gritantes. … Em vez disso, quando Trump ataca Harris pessoalmente em vez de atacar a política, o apoio a Harris entre os eleitores indecisos aumenta — particularmente entre as mulheres.”

Sobre os ataques de Trump ao governador da Geórgia, Brian Kemp, Navarro disse:

“Você sabe que a coisa é que tenho certeza de que eles concordam em 85, 90% das questões, e estamos a 40 dias da votação antecipada. Não temos tempo para isso. Esta é uma ameaça real para o país.”

Votação antecipada?????

Sim, darling, lá nos Estados Unidos eles podem votar pelo Correio e a votação antecipada já começa em setembro em alguns estados.

Quem sabe Trump mude?

Ele marcou uma nova entrevista coletiva para esta quinta-feira. Este é o candidato que sem dúvida mais fala com a imprensa, tentando de todos os jeitos ganhar o chamado ciclo de notícias que está dominado por Kamala desde que ela foi escolhida por Biden para substituí-lo nesta corrida maluca.

Amanhã te conto o que ele disse.


De olhos nas pesquisas

KAMALA NA FRENTE. Aqui nesse cantinho a gente mostra um agregado de pesquisas que reflete qual a média para um candidato e outro. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, Kamala está 0,9 ponto à frente do Trump. Um pequeno recuo em relação ao dia anterior quando a diferença era 1,1 ponto. Pela média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, Kamala segue com um ponto à frente de Trump.


A gente sabe que e o que acontecer nas próximas eleições americanas pode bagunçar - e muito! - o rolê por aqui. Isso vale na política e nas finanças, darling.

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