Quem já pediu orientação para um manezinho da Ilha (nativo de Floripa), já ouviu essa: segue toda vida toda vida toda vida toda vida e camba prash (o xiado do x) direita (ou prash eshquerda). Quem melhor do que um manezinho de Santa Catarina para contar que a Europa está cambando prash direita?????
Hoje foi o útimo dia da eleição do Parlamento Europeu e a extrema-direita foi tida como vitoriosa. Tão vitoriosa que fez o presidente da França, o noivo do Lula, Emannuel Macron, convocar eleições parlamentares antecipadas.
Mas vamos por partes.
O parlamento europeu é formado por gente dos 27 países que formam a União Europeia. Todos os países escolheram seus representantes esta semana. No frigir dos ovos, a esquerda continua perdendo, mas continua percentualmente quase que com a mesma bancada. E o centro continua dominando. Essa fotinho com o gráfico publicado pelo Financial Times consegue nos dar a percepção da coisa toda.
O centro seria: verde, amarelo e azul. Se contar bem, o poder continua no centro. Mas dá para notar facilmente como as barrinhas de deslocam, tomando conta do espaço mais à esquerda. Sim, a direita tomando lugar da esquerda.
Note que o partido dos Verdes, e aí são os ambientalistas mesmo, perdem cadeiras. (Abracemos as mudanças climáticas e cada um que lute.) O tal Renew amarelo, que seria o povo bem no centro-esquerda, também perde 20 cadeiras. O EPP, que é um partido de centro-direita, continua sendo o maior, mas perde 10 cadeiras. E veja quem ganha assentos na parlamento: o partido da extrema-direita, o ID, e o pessoal sem partido.
je ne sais quoi
Macron, o presidente francês, percebeu que azedou o pé do frango. Os franceses votaram em peso em representantes da extrema direita. O partido do Macron conseguiu menos da metade das vagas do partido da Le Pen, a mina da extrema-direita.
Aí, ele saiu a convocar eleições parlamentares. É como se o Lula chegasse à conclusão que simplesmente não teria mais como governar o País com o atual Congresso e dissesse: povo vota aí de novo e melhora esse rolê.
A estratégia do Macron é tida como de alto risco, mas ao mesmo tempo o elemento surpresa pode fazer os franceses mudarem o rumo da prosa. Ou não, só reforçar que querem a extrema direita mesmo.
Importante notar que a Constituição da França permite que o presidente francês faça isso. Não tem nada de autoritário.
Basicamente o que acontece é que o Macron não estava conseguindo governar direito porque o Congresso deles não estava muito favorável. Com a vitória esmagadora no parlamento europeu, ficou quase insustentável. Antes que degringolasse de vez, ele deu essa última cartada.
Ele seguirá presidente até 2027 porque na França o regime é presidencialista.
Resto da Europa
A extrema-direita da Alemanha também ganhou espaço e agora tem a segunda maior bancada. Na Holanda e Áustria, ela também ganhou poder.
Já na Bélgica, o maior partido de ultradireita teve resultados piores do que o esperado.
Na Espanha, o partido de centro-direita se saiu melhor do que os socialistas do primeiro-ministro Pedro Sánchez.
Na Itália, a extrema-direta segue perdendo espaço. Em 2019, chegou a 30% das cadeiras do país e agora deve fechar em 14%.
E fora, só isso, que hoje é domingo.
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