Até o Hitler está sendo convocado para as eleições americanas.
É muito provável que 88,77% das pessoas não saibam de fato o que é ser fascista. Mas pouco importa que ninguém saiba o que significa, virou uma palavra da moda das eleições mundo afora. Quem frequenta as redes sociais já viu pelo menos alguma vez alguém chamando o outro de fascista (e o mais legal é que nos xingamentos têm fascista de esquerda e de direita). E agora, nos Estados Unidos, virou a aposta do momento de Kamala Harris.
Para os Perdidos. Eu tirei os 88,77% do DataTixa, o sistema de dados da Tixa que é alimentando diretamente pelas ideias da cabeça da própria lagartixa. Isso, darling, é um número aleatório e inventado apenas para reforçar um ponto.
Aliás, ela dobrou ontem a aposta porque ela já tinha ensaiado em chamá-lo de fascista. Em uma reunião pública com eleitores indecisos promovida pela CNN, o apresentador perguntou se ela concorda que Trump é fascista e ela, sem titubear, mandou: Sim, eu concordo.
E foi além. Pintou o que o site Politico chama de “um quadro sombrio da vida em um segundo mandato de Trump”. Ela disse que Trump quer acabar com a Constituição, expressa admiração por ditadores e tem uma opinião positiva sobre generais de Hitler.
O Comitê Nacional Democrata ainda resolveu ir mais longe. Eles estão colocando um outdoor do lado de fora do local onde Trump vai fazer um comício em Las Vegas com os dizeres: "Trump: 'Preciso do tipo de generais que Hitler teve'".
O fascismo
Essa história de fascismo e Hitler ganhou repercussão nesta semana depois que o ex-chefe de gabinete de Trump, John Kelly (que é um general), disse em entrevista ao Atlantic e ao New York Times que Trump é fascista e que desejava ter generais tão leais a ele quanto os de Adolf Hitler.
O Trump não negou categoricamente que tenha dito. Nas redes apenas xingou Kelly. Segundo Trump, ele tinha duas qualidades que não funcionam bem juntas:. “Ele era durão e burro.”
Eu diria que a entrevista de Kelly ao New York Times inclusive foi bem didática. Quando ele é perguntado se achava que Trump era fascista ele começa a ler em voz alta uma definição de fascismo que encontrou na internet:
“É uma ideologia política autoritária e ultranacionalista de extrema direita e um movimento caracterizado por um líder ditatorial, autocracia centralizada, militarismo, supressão forçada da oposição, crença em uma hierarquia social natural.”
Aí, ele seguiu:
“Então, certamente, na minha experiência, esses são os tipos de coisas que ele acha que funcionariam melhor em termos de administrar a América.”
É a economia, estúpido
Mas voltemos ao fato de que as pessoas em geral não sabem o que é fascismo. Tem uma outra questão ainda, as pesquisas mostram que os eleitores não querem falar de democracia ou fascismo. Elas estão preocupadas com os preços dos alimentos, seus empregos, a economia (inclusive falamos disso ontem aqui nesta cartinha matinal).
Na segunda-feira, Kamala subiu no palco no subúrbio de Milwaukee com a Liz Cheney (que é do partido Republicano) e elas passaram a noite falando sobre a decência de Trump, seu desrespeito à Constituição e ao estado de direito (aqui outro conceito que aposto que 83,62% não tem ideia do que seja. E não estou menosprezando ninguém, darling. Eu mesma se tiver que explicar isso vou achara melhor dar um Google também antes).
A pergunta que alguns colunistas (que apoiam Kamala, diga-se de passagem) estão se perguntando: Quais novos eleitores estão sendo conquistados com denúncias do caráter de Donald Trump?
Precisamos falar sobre Tucker Carlson
O povo da direita conhece bem quem é Tucker Carlson. Ele foi apresentador da FoxNews e hoje faz programas no X-Twitter. Ele é um super extrema direita, super apoiador de Trump. Pois ontem à noite ele estava aquecendo a multidão para o comício de Trump e eis o que ele disse sobre Kamala:
“Ele (Trump) está puto! Papai está puto. … E quando papai chega em casa, sabe o que ele diz? 'Você foi uma menina má. Você foi uma menininha má, e está levando uma surra vigorosa agora.'”
Isso, darling, ele está incentivando e naturalizando a violência doméstica contra as mulheres.
E você tá ligado nas guerras?
Ontem ficamos sabendo que o ditador da Coreia do Norte enviou tropas para a Rússia. China está fazendo joguinho de guerra em Taiwan. O Bibi Netanyahu de Israel segue na sua empreitada contra o Irã, Gaza, Líbano e todo o resto. E tudo isso há menos de duas semanas das eleições americanas.
O jogo segue empatado
Novas pesquisas nos estados campos de batalha mostram que a disputa segue apertada. E faltam menos de duas semanas. No Arizona, Trump tem 50% contra 49% de Kamala. Na Carolina do Norte está 50 a 48 para Trump. Empate numérico em 49% na Geórgia. Como já escrevemos aqui várias vezes, são esses estados que vão definir as eleições, então as pesquisas estaduais acabam sendo mais importantes que as nacionais. Mas o agregador de hoje está NOT GOOD para Kamala.
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De olhos nas pesquisas
KAMALA CAI. Aqui nesse cantinho a gente mostra um agregado de pesquisas que reflete qual a média para um candidato e outro. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, Kamala está APENAS 0,2 ponto à frente do Trump. Estava em 0,9 ontem e já esteve mais de 2 pontos nos últimos meses. Na média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, Kamala está APENAS 1 ponto à frente de Trump. Kamala passou semanas na faixa dos 3 pontos de vantagem.
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