O lenga-lenga é do presidente do Ibama? Not, é do Davi Alcolumbre, o novo todo-poderoso da República e presidente do Senado. Vem que eu te conto tin tin por tin tin.
Muitos senadores foram pegos de surpresa nesta semana em Brasília. Abalaram-se de seus mais distantes rincões para cumprir seus deveres constitucionais de senadores. (Uau, Tixa, você foi para Brasília e agora fala bonito assim? Sim, darling, beijo e me liga.)
Mas de repente, não mais que de repente, eles chegam à Brasília e ficam sabendo que Alcolumbre, a estrela de Davi, simplesmente não marcou nenhuma reunião de comissão e, com isso, não teve sessão plenária no Senado.
Vou repetir
O recém-empossado presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deixou todos os senadores se deslocarem até Brasília (para o que seria a primeira semana de trabalho sob sua gestão) e simplesmente não deixou o Senado funcionar.
Para os perdidos. É função de Davi nomear os presidentes de comissões e fazer a pauta do plenário. Como os técnicos me explicaram, se o presidente não manda a pauta, nem nomeia os presidentes das comissões, não tem reunião de comissão, nem plenário.
Alguns senadores ainda reclamaram que Davi podia pelo menos ter avisado no grupo do zap do senadores. (Não quero fazer intriga, mas Ciro Nogueira, do PP, pelo visto já sabia que não ia ter nada. Era para ele estar em Brasília nesta semana, mas na última hora fez uma viagenzinha para o exterior.)

O sinal de alerta acendeu
Estaria Davi, o Alcolumbre estrela, pronto para repetir o que fez como presidente da Comissão de Constituição e Justiça? E o que fez Davi na CCJ? Simplesmente paralisou a comissão. Ele não pautava um assunto se a coisa não estivesse do jeito que ele queria. E essa comissão tem muitas pautas importantes. Alguém lembra que o André Mendonça pastou por uns seis meses antes de Alcolumbre pautar a sabatina do agora ministro supremo terrivelmente evangélico?
E o que está em jogo neste momento? A divisão entre os partidos que o apoiaram (quase todos, da esquerda à direita) para a presidência das comissões. E o que Davi quer para dar boas comissões a quem interessar possa? O quê? O quê? A liberação da exploração de petróleo na Foz do Amazonas, BRASEW. (E otrascosistamas, afinal tem uma reforma ministerial rolando nos bastidores em Brasília.)
Confusão ambiental
Aí, por essas coincidências da vida, eis que nesta quarta-feira, justamente um dia depois de Alcolumbre fazer a manobra no Senado, Lula, nosso presidente, disse a uma rádio de Macapá (que só por coincidência é a capital do estado de Alcolumbre) que o Ibama está num lenga-lenga para aprovar o licenciamento da exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Pronto, todo mundo já interpretou que Lula está fritando o presidente do Ibama e deixando Marinex numa situation nada boa. Uma confusão ambiental.
Mas tem mais
Sim, sempre tem mais. Quanto mais Davi demora para determinar os presidentes de comissão, mais a coisa complica para o Orçamento de 2025. Existe um negócio chamado de emendas de comissão (num total de R$15 bilhões) e os novos futuros presidentes das comissões podem querer mexer no orçamento do governo de 2025, que já estava definido no ano passado, mas não foi votado no ano passado por conta da história de ter que aprovar a reforma dos gastos do Haddad.
Sim, darling, uma confusão sem fim. Mas o resumo da ópera é que além de Alcolumbre, vai ter mais um monte de gente querendo ver seu interesse resolvido.
E já circula pelo Senado uma lista informal de quem seriam os tais presidentes de comissão.
- Otto Alencar, por exemplo, do PSD de Kassab, deve pegar a Comissão de Constituição e Justiça (a mesma que era de Alcolumbre e que pauta todas as nomeações de diretorias de agências, por exemplo).
- A Damares seria a presidente da Comissão de Direitos Humanos.
- Renanzito, o Calheiros pai, seria o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos.
- Flavitcho Bolsonaro, o filho 01, o presidente da Comissão de Segurança Pública (O governo quer Flavitcho na segurança pública?)
- O PT ficaria com a Comissão de Educação e de Meio Ambiente. Enfim, só o tempo dirá. Porque Brasília é assim, um eterno balão de ensaio numa ginga política sem fim.
Mas se engana quem acha que Alcolumbre deixou o Senado sem trabalho e ficou sem trabalhar. Not, ele trabalha. Ele recebeu o Haddad, nosso Fernandinho Cabelo, na residência da presidência do Senado ainda na terça-feira para saber as pautas importantes da economia para o governo e, mais tarde, ainda teve um jantar com o supremo Gilmar Mendes. Queria tratar da questão da demarcação das terras indígenas.
O supremo Gilmar não quer treta com o Congresso e acha melhor uma conciliação no lugar de o Supremo decidir derrubar a nova lei feita pelo Congresso (e que vai contra uma decisão que o Supremo já tomou).
Assunto aleatório. O que se ouve nos corredores do Senado é que Davi evoluiu muito desde seu último mandato como presidente da casa (no agora distante 2021 e 2022). Evoluiu no cinismo. (As línguas mais desbocadas diriam que ele evoluiu no modo c. e andei, vou fazer e pronto).

Só dá Gilmar nos bastidores
Por falar em supremo Gilmar, ele esteve almoçando com Hugo Motta dos Conchaves, o novo dono da Câmara frigorífica. O ministro diz a amigos que foi convidado por Motta, e que Motta queria explicar que teve apenas um arroubo ao falar da anistia para os golpistas do 8 de janeiro, mas que já passou.
Intrigas da Tixa
E só para terminar, hoje teve evento no Palácio do Planalto para exaltar um ano da nova indústria da soberania e defesa nacional, com direito a presença de todos os comandantes das Forças Armadas, com o ministro da Defesa (o Múcio), com o vice-presidente Geraldo Alckmin, com Haddad. Mas o Lula não fez questão de fazer nenhum discurso. Será que ele ficou #xatiado com o Múcio que disse no Roda Viva que foi pedir ajuda a Bolsonaro para ajudar o Lula a lidar com os generais. Aff, Tixa, você não pode ficar em Brasília que só faz intriga. Volta para São Paulo.
Ah, e o Tribunal de Contas da União liberou o pagamento do Pé-de-Meia para os 4 milhões de estudantes. Mas o TCU exigiu uma série de regras para o orçamento do programa. De qualquer forma, foi uma vitória da esquerda e uma derrota da direita que queria aproveitar para criar mais caos para o governo Lula.
E chega, BRASEW, que tem lua cheia no Planalto Central.
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