Eu andava curiosa para saber do muro do Trump. Lembra? Aquele que ele prometeu que construiria em toda a fronteira americana e que os democratas trataram como o maior escândalo e absurdo ever de todos os tempos? Kamala chegou a dizer que o muro era “antiamericano”. No fim, Trump nunca terminou o muro, apesar de ter torrado bilhões. O eleitorado gostou da ideia do muro porque eles não querem imigrantes nos Estados Unidos.

E o rolê de imigrantes tem sido a questão central dessa campanha atual. Só para registrar.

Outro dia, o Washington Post noticiou que Trump andou fazendo campanha num trecho de muro que foi feito por Obama como se tivesse sido feito ele. E ainda chegou a dizer que aquele trecho era o “Rolls Royce dos muros”. Nossa, haja criatividade. E o próprio Trump lamentou o trecho inacabado que estava ao lado. A verdade? O trecho inacabado era a parte dele, do Trump, e o Rolls Royce era do Obama.

(Eu juro que entendo a confusão porque eu mesma fico confusa, afinal, a gritaria contra o muro foi tamanha que parece impossível que Obama também tenha construído um muro.… Mas ao que consta os democratas achavam que não precisava de muro em toda a extensão da fronteira sul, mas eles construíram seus próprios muros em alguns trechos).

Corta para a Kamala

Eis que hoje o Axios revela que Madam Kamala também está prometendo muros. Ah, não! Não é possível. Sim, darling, e prometendo gastar milhões de dólares no muro.

E de onde vem isso? Do momento em que ela prometeu durante a convenção que iria batalhar para assinar a lei bipartidária para resolver a questão da imigração. E o que prevê a lei bipartidária? Sim, centenas de milhões de doletas para construção de muros. (Ok, vamos ser justos, Trump queria torrar 18 bilhões de dólares em muros.)

E tem mais. Há uns dois dias ela soltou uma propaganda falando sobre como ela vai combater o problema da imigração e quem aparece atrás dela? Sim, os muros.

Vale notar que ela em nenhum momento disse: vou construir muros. Mas nem precisa. Como bem conclui o Axios:

Assim como o próprio muro, as mudanças de Harris na política de fronteira refletem como Trump mudou o debate político sobre imigração durante a última década.”

Climão

Mas parece que Trump vem moldando outras discussões.

O ano mais quente já registrado ever em todos os tempos, desastres climáticos em todo mundo, queimadas, enchentes. Só se pensa em mudança climática, certo? Nada, darling. O mundo parece que não está nem aí. Incluindo os americanos. Que os republicanos não estão nem aí, é novidade para ninguém. Mas a Kamala também não está falando muito nas mudanças climáticas.

No seu discurso na convenção na semana passada, rolou apenas uma menção quando ela falou sobre algumas liberdades fundamentais que estão em jogo… “a liberdade de respirar ar puro, beber água limpa e viver livre da poluição que alimenta a crise climática.”

E foi isso

Como bem questiona a Vox em artigo: por que os democratas não estão falando muito de uma das suas maiores bandeiras? Eis alguns pontos levantados:

  1. Biden assinou a Lei da Inflação, para estimular investimentos de energia limpa, mas parece que os americanos sabem muito pouco sobre essa lei.
  2. O próprio Biden estabeleceu meta de emissão zero, impôs regra de poluição de veículos, mas também foi quem botou o país como o maior produtor de petróleo e gás do mundo e se gabou de explorar a reserva estratégia para manter os preços da gasolina baixos. (Tixa, mas lá pode manter baixo o preço da gasolina usando as reservas de petróleo? Digo nada, darling, só relato.)
  3. Pouquíssimos eleitores dizem que a questão climática é determinante para seu voto, segundo o Instituto de Pesquisas da Universidade de Monmouth. E mesmo esses poucos não deixariam de votar na Kamala se ela não falar muito do assunto.
  4. A maioria dos eleitores acredita que a mudança climática é real, mas não sentem mais urgência na discussão. O mesmo instituto mostra que os eleitores que consideravam que a questão é muito séria somavam 56% em 2021. Agora são 46%.

Hello, Geórgia, again

Contei ontem aqui que a Geórgia tinha alterado algumas regras e que os funcionários eleitorais poderiam simplesmente não certificar o resultado da eleição se achassem que tivesse algo irregular. Parece que caiu a ficha dos democratas que agora estão processando o conselho eleitoral do estado para que as regras caiam. Eles dizem que isso poderia causar um caos na eleição. Ah, vá!

A Geórgia é um daqueles estados campo de batalha onde os candidatos se digladiam para ganhar a eleição. A Geórgia hoje ainda é pró-Trump, mas ele andou tretando com o governador de lá (que é republicano e pop) porque ele deixou certificar a vitoria do Biden nas últimas eleições. É bem verdade que na semana passada Trump pediu desculpas quase de joelhos quando a Kamala começou a reduzir a diferença nas pesquisas.

Debandada

Os jornais americanos contam que mais de 200 pessoas que trabalharam para George W. Bush e para os senadores republicanos Mitt Romney e John McCain, assinaram uma carta apoiando a Kamala. Uau. Nem tão uau, boa parte dessa galera já não tinha apoiado o Trump em 2020. A propósito, Romney e Bush não compareceram na convenção do Trump.

Não à toa, McCain foi citado na convenção da Kamala como um herói e que o Trump deveria respeitá-lo. E também teve republicano também discursando na convenção da Kamala, dizendo que era republicano e tal mas que o Trump não dá.


De olhos nas pesquisas

KAMALA NA FRENTE . Aqui nesse cantinho a gente mostra um agregado de pesquisas que reflete qual a média para um candidato e outro. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, Kamala está 1,5 ponto à frente do Trump (esta diferença vem se mantendo desde a semana passada). Na média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, Kamala está com 3 pontos à frente de Trump (eram 2 pontos até semana passada).


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