Polêmica à vista!!!!!! Vamos falar de aborto. Aqui no Brasil, todo mundo já sabe: é assunto proibido. Outro dia o Congresso queria votar uma lei que tornava a mulher que faz aborto mais criminosa que estuprador. Num passado recente, foi só a ministra suprema Rosa Weber dar o seu voto sobre essa questão (ela já se aposentou, BRASEW) para o Congresso se armar com granadas contra o Supremo.

O novo supremo dos supremos, Luiz Roberto Barroso, foi aconselhado fortemente por pesquisadores de opinião a simplesmente abandonar o assunto por enquanto. O Supremo ia decidir sobre descrimininalizar o aborto nas 12 primeiras semanas de gestação.

E aí, a gente aqui, tudo trabalhado no contexto brasileiro de que não se admite aborto sob hipótese alguma, tomou um choque ao ouvir Donald Trump (naquele fatídico debate que derrubou Joe Biden) dizer que era a favor do aborto em casos de estupro ou risco de morte.

Ele ainda disse que apoiava a recente decisão suprema de manter a permissão de pílulas de aborto e defendeu que os estados americanos tomassem suas decisões sobre a questão do aborto, o que significaria que alguns estados permitiram o aborto.

O Partido Republicano, a pedido de Trump, simplesmente retirou da sua plataforma a proibição nacional do aborto. O assunto antiaborto, que era uma bandeira do partido, foi ignorado na convenção. O novo vice de Trump, uma pessoa que quer proibir aborto sob qualquer hipótese, suavizou o discurso para essa historinha de que os estados podem decidir e blá, blá, blá. E que é a favor em caso de estupro.

Why? Why? Why

Assim como você está se perguntando agora, eu me perguntei o que aconteceu por lá que o tema aborto de repente é discutido abertamente em uma campanha eleitoral. Choque, né?

O que acontece, darling, é que por 50 anos, as mulheres americanas tiveram direito ao aborto. Mas eis que a Suprema Corte americana, na formação mais conservadora promovida por Donald Trump, derrubou a decisão que dava esse direito a elas e determinou que cabia aos estados decidir sobre o assunto. Era o caso Roe vs. Wade.  

Lá nos EUA, é muito comum cada estado ter sua legislação específica sobre vários assuntos. O que aconteceu depois da decisão suprema? Muitos estados conservadores de direita passaram a proibir terminantemente o aborto. Foi o caos.

Solução: dá um microfone

De uma hora para outra, mulheres e meninas começaram a morrer. Mulheres e meninas crianças estupradas foram obrigadas a terem filhos. E o que fez a esquerda? Passou dois anos dando microfone a essas mulheres e seus parentes. E as pessoas começaram a perceber o impacto que isso trouxe para a vida delas e de outras pessoas próximas.

Os republicanos e Donald Trump de repente viraram defensores do aborto, Tixa? NOT. Eles apenas leram as pesquisas e viram que um número crescente de pessoas apoia o aborto. Souberam então que se quiserem vencer as eleições precisam tratar melhor desse assunto.

E se fosse o homem que engravidasse?

A nova candidata dos democratas nem foi nomeada ainda e mandou ver em trazer o aborto para os holofotes. Kamala já chegou dizendo para sua equipe de campanha que impediria os republicanos de promulgar uma proibição nacional porque "o governo não deveria dizer a uma mulher o que fazer com seu corpo.”

E ela já saiu dizendo que Trump é responsável por todas as proibições estaduais ao aborto e é dono do sofrimento de pacientes incapazes de acessar o procedimento.

Um dos pontos fortes de Kamala é a oratória. E ela é muito lembrada por uma pergunta que fez ao então indicado ao Supremo, Brett Kavanaugh, quando ela ainda era congressista e ele estava sendo sabatinado para assumir o cargo: “Você consegue pensar em alguma lei que dê ao governo o poder de tomar decisões sobre o corpo masculino?”

Ele não conseguiu pensar em nenhuma lei.

Além disso, a imprensa americana ressalta que Kamala fala de aborto naturalmente, algo que não era assim tão natural para o Biden. Kamala também virou referência no assunto dos direitos reprodutivos das mulheres e foi a primeira vice-presidente a visitar uma clínica de aborto

Povo antiaborto

Mas o povo antiaborto está à espreita e feliz que a Kamala está trazendo o assunto à baila. Eis o que escreveu o site Politico:

"Grupos antiaborto que há muito tempo estão frustrados com a posição dos republicanos pós-Roe sobre o aborto, estão igualmente entusiasmados com a elevação de Harris ao topo da chapa democrata. Eles acreditam que podem usar seu histórico de ação agressiva em direitos reprodutivos — como procuradora-geral, senadora e vice-presidente — para pintá-la como extremista de uma forma que não poderiam com Biden.”

Se ela dança, eu danço

E saiu a primeira pesquisa considerada mais confiável sobre a corrida eleitoral americana pós-Biden. A Reuters/Ipsos diz que Kamala tem 44% e Trump 42%. Mas outras três pesquisas foram divulgadas ontem. Em uma delas, um empate entre Kamala e Trump e em outras duas, Trump na frente por 1 e 2 pontos.

Como se vê, margem de erro funcionando a todo vapor.

Mas vamos para nosso compilado, aquela média das pesquisas todas.


De olhos nas pesquisas

Aqui nesse cantinho a gente mostra como estão a média das pesquisas para um candidato e outro. Desde segunda, substituímos Biden por Harris. Estamos em crise para saber se a chamamos de Kamala ou Harris. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, a diferença entre Trump e Harris está em 1,6 ponto. Diferença em queda. Já pela média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, a diferença entre os dois é de 3 pontos, a favor de Trump.


A gente sabe que e o que acontecer nas próximas eleições americanas pode bagunçar - e muito! - o rolê por aqui. Isso vale na política e nas finanças, darling.

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