O furacão entra na campanha
Helene está deixando um rastro de destruição em pelo menos cinco estados americanos. Para quem está perdido, Helene é o mais novo furacão a atingir os Estados Unidos. Varreu, inundou e deixou dezenas de mortos na Flórida, Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Tennessee e Virgínia. E, por supuesto, Donald Trump já levou Helene para a campanha, afinal tem dois estados entre os atingidos que estão na listinha dos campos de batalha:
“Estamos com vocês o tempo todo, e se estivéssemos lá, estaríamos ajudando vocês. Vocês ficarão bem.”
Trump disse que Biden não estava fazendo nada e ficou dormindo na sua casa de praia enquanto tudo acontecia e que Kamala ficou tendo jantares de arrecadação na Califórnia enquanto tudo acontecia. E Trump o que fez? Well, pegando suas próprias palavras, ele também não estava lá. Mas garantiu que vai até a Geórgia, fazer exatamente o quê, não se sabe. Ou melhor, se sabe, vai fazer campanha.
É claro que a campanha da Kamala Harris não deixou por menos e começou a divulgar um vídeo com o tal “vocês ficarão bem” dizendo que Trump estava minimizando uma catástrofe com dezenas de mortos.
E também começaram a martelar nas redes sociais que Trump é a pessoa que nega a mudança climática.
E ainda ressuscitaram o Projeto 2025 - um roteiro de 900 páginas sobre o que seria uma segunda administração Trump feito por ex-funcionários de Trump na Casa Branca. Lá no Projeto 2025 está a ideia de privatizar a previsão do tempo que hoje é feita por agências federais. Não está claro porque isso seria melhor ou pior, darling, quando a Helene ou a Katrina ou a Maria chegam.
Mão de Deus
Pior mesmo foi o governador do Tennessee, Bill Lee, que em vez de pedir estado de emergência antes mesmo de Helene chegar (como fizeram os outros estados), resolveu usar sua caneta para proclamar o 27 de setembro como “um Dia Voluntário de Oração e Jejum”, pedindo 31 dias de oração para “buscar a mão misericordiosa de Deus para curar o Tennessee”. (Tenho que concordar que só Deus na causa, darling, porque Jesus não dá mais conta não.)
Só mais tarde naquele dia, ele pediu o estado de emergência. Mas o líder republicano na Câmara fez crer que a demora foi culpa de Biden.
Trump escala
E eis que Trump segue sendo Trump e prometeu, durante comício na Pensilvânia, que se ele for eleito vai promover “um dia realmente duro, desagradável” e “violento” de retaliação policial para erradicar o crime “imediatamente”. As pessoas da campanha de Trump correram dizer que esta não é uma nova proposta de política do candidato.
E os comedores de gatos?
O site Politico fez uma extensa reportagem com o governador de Ohio, Mike DeWine, mostrando todos os problemas causados em Springfield com a mentira difundida por Trump e JD Vance de que haitianos são comedores de pets. O governador é republicano, só para constar, e diz que ainda assim votará em Trump. Mas o título da reportagem já deixa claro o teor "Simplesmente não está certo": um governador republicano confronta as mentiras de Trump
Outra reportagem do New York Times também retrata como um dono de uma empresa que emprega haitianos está sendo ameaçado de morte constantemente. São duas histórias que mostram como as mentiras podem afetar o mundo real.
Só mudei de opinião
Político ama mudar de opinião ao sabor das pesquisas eleitorais, darling. Kamala agora não é mais contra o fracking (uma forma de exploração de gás natural em rochas), agora é uma defensora de uma solução para a imigração, gosta de criptos, entre otrascositasmas.
Mas o Trump que adora atacar as mudanças de Kamala, também voltou atrás em um monte de coisas. O site Axios fez uma listinha das reviravoltas de Trump.
- Ele estabeleceu limites de deduções fiscais estaduais e locais em seu governo, e agora diz que vai rever esses limites.
- Ele já não está mais tão interessado em proibir o TikTok.
- Já apoia a legalização da maconha.
- Voltou atrás na repressão radical aos vapes.
- E agora diz que as criptos são as melhores coisas do mundo. (Veja que as criptos conquistaram mentes e corações.)
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De olhos nas pesquisas
TUDO IGUAL. Aqui nesse cantinho a gente mostra um agregado de pesquisas que reflete qual a média para um candidato e outro. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, Kamala está 2 pontos à frente do Trump, IGUAL semana passada. Na média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, Kamala está com 3 pontos à frente de Trump. Mesmo número da semana passada.
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