Donald Trump está calmo, falando pouco, desde o debate não dá muitos palpites sobre Biden, moderou o discurso de campanha, especialmente em pautas como o aborto, e está até criticando fortemente o programa de extrema direita, da Heritage Foundation. Trump, é você mesmo?

Trump está parecendo uma pessoa normal. E isso está deixando os democratas apavorados.

Darling, nunca é à toa quando um George Clooney vai para o New York Times escrever Joe, saia PeloAmorDeDeus. Ainda mais quando apenas três semanas antes, o mesmo Clooney estava arrecadando fundos para a campanha de Biden, não é? E ontem, se espalhou pela imprensa americana, de que inclusive Obama, o Barack, simplesmente não se opôs ao artigo do bonitão.

Trump está normal de verdade?

Especialistas no assunto dizem que Trump e seus assessores estão ligados de que só a base MAGA não será suficiente para vencer a eleição. Se é real, façam suas apostas.

Nesta semana, o Partido Republicano lançou a plataforma para 2024 e simplesmente tirou do texto qualquer menção à proibição do aborto. A pedido de Trump. Ele mesmo no debate já disse que gostou da decisão recente de se manter a pílula abortiva e que é a favor em casos extremos como estupros e risco de morte.

Para os Perdidos. Desde que o Supremo americano decidiu passar o tema para os estados, muitos proibiram os abortos. E aí o que aconteceu? Meninas começaram a morrer e a sociedade começou a se mobilizar. Por isso Biden abraçou a bandeira e Trump moderou o discurso.

Para vencer, os estrategistas da campanha de Trump acreditam que eles precisam conquistar o eleitor negro (mas só precisa focar em homens negros entre 18 e 34 anos. Sim, específico assim), hispânicos e manter uma parcela considerável de mulheres brancas suburbanas.

E isso tudo só em 4 estados: Arizona, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin.

O que dizem as pesquisas?

O The Cook Political Report aponta que Trump teve um aumento histórico de apoio entre os tradicionais eleitores democratas: os eleitores negros têm 21% de votos para Trump e os hispânicos e os eleitores jovens mostram 41% de apoio cada.

Mas só funciona se….

…. se o Biden seguir na disputa porque os estrategistas já conseguiram o que queriam: colar no presidente a imagem do tio adorável, mas letárgico, que precisa, finalmente, ser colocado na cama. Já tinham lançado o selo antes do debate e depois do debate os democratas deram conta de consolidar a marca.

Recomendo fortemente a leitura do artigo de Tim Alberta, no The Atlantic, com uma visão profunda dos estrategistas de Trump, Chris Lavita e Susie Wiles.

E o Biden???

Enquanto o Trump quer parecer normal, o Biden foi para a coletiva da OTAN todo Big Boy. Sério, darling, eles vieram com essa de Big Boy. Até o assessor falou que era a coletiva do Big Boy. E aí o Biden fazia umas vozes esquisitas como Big Boy em determinados momentos.

Essa foi a primeira coletiva de Biden como presidente que durou uma hora. Agora ele precisa provar que aguenta o tirão. Aguentou, é verdade, mas cometendo gafes.

Principais pontos da coletiva

— Chamou Trump de seu vice-presidente

— Disse que a Kamala (a real vice dele) é ótima, mas ele é que é o Big Boy.

— Ele não quer ser mais ponte coisa nenhuma, apenas o Big Boy, digo, apenas o homem que vai terminar o trabalho. (Na campanha de 2020, ele prometeu ser uma ponte para os democratas mais jovens. Político prometendo e não cumprindo, sim, temos nos Estados Unidos também)

— Ninguém pediu para ele sair, segundo ele.

— Nenhum líder da OTAN pediu para ele sair.

Na vida real.

— Falou muito bem sobre política externa. Estava afiado.

— Pouco tempo antes apresentou Zelenski como Putin ao fim do evento da OTAN. Isso, Zelenski não é o Putin.

— Biden mal tinha saído do palco da entrevista e Jim Himes, o democrata de maior escalão no Comitê de Inteligência da Câmara, pediu que ele desistisse de concorrer.

“Um dos aspectos realmente doentios deste momento é que estamos assistindo a cada discurso, cada comício, cada debate e dizendo 'Como ele se saiu hoje”? Essa não é a maneira de pensar sobre a presidência dos Estados Unidos.”

Analistas dizem que está na cara que foi estratégico um democrata especialista em segurança nacional sair dizendo para Biden largar a corrida para atrapalhar qualquer discussão sobre a relevância da coletiva de imprensa.

Michelle Obam

E o Ted Cruz, senador republicano, que disse ontem para a Fox News que ele tem certeza que os Democratas vão lançar a Michelle Obama????? Mas a imprensa democrata segue sem nem citar o nome dela

Para arrematar

Sérgio Gordilho, o todo poderoso da agência de publicidade África Creative e que já foi marqueteiro político, fez uma interessante análise a pedido da Tixanews:

“O foco da campanha do Biden precisaria tentar apresentar uma certa vitalidade, sua capacidade de liderança e seu espírito agregador.

Como? No ponto de vista da semiótica ele tem que apresentar a sua tropa. Tem quer mostrar que ele anda de turma, que é gregário, que não está sozinho nessa. Pois esse é o ponto fraco do Trump.”

E hoje é sexta, então agora só segunda. E já digo que a semana que vem será quente com a convenção nacional dos Republicanos que vai escolher um vice para Trump.


De olhos nas pesquisas

Aqui nesse cantinho a gente mostra como Trump e Biden estão indo por meio de uma média de muitas pesquisas eleitorais que são feitas por lá. Há dias, a situação não muda. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, a diferença entre Trump e Biden está em 3 pontos. O compilado do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, mostra 2 pontos de diferença entre os dois. Era de 3 pontos até o dia anterior.


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