Só se fala de Donald Trump a esta altura da campanha. E a Kamala? Mudou a estratégia para também falar do Trump.
A capa do maior jornal americano, sim, o The New York Times, estava assim logo cedo nesta quarta-feira. Trump aumenta ameaças a seus oponentes. Trump se gabou de suas habilidades matemáticas e planos econômicos em uma entrevista. Elon Musk está apostando tudo para eleger Donald Trump. Três bilionários despejaram US$ 220 milhões na campanha de Trump (Musk é um deles). Leia cinco conclusões da entrevista da Kamala Harris.
Percebeu? Daria para traduzir assim a capa do NYTimes: Trump isso, Trump aquilo, Trump aquilo outro. Ah, e tem a Kamala aqui também dizendo nada.
Este tem sido o problema meio constante da Kamala neste mês de outubro. Depois de ter dominado o noticiário por meses com a saída drástica de Biden, nada muito interessante tem acontecido com ela. E nada muito bombástico tem sido dito por ela.
A campanha também parece ter percebido e há poucos dias mudou a estratégia retórica. Agora ela tem dito que Trump é uma ameaça, que ele é um fraco (mas tudo muito educado, que dá até preguiça de fazer manchete com a Kamala). Mais ainda, ela resolveu ir à FoxNews, a emissora preferida de Trump. Mas reparou de novo? Na nova estratégia de Kamala, Trump isso e Trump aquilo.
Quem sabe na entrevista de hoje da FoxNews ela produz uma boa manchete, né?
Nota. Claro que a Kamala aparece em manchetes dos jornais (inclusive do NYTimes). No site Politico mesmo, agora de manhã, a manchete é a de que a campanha de Kamala na Pensilvânia está uma bagunça. A Newsweek mostra como ela está indo fundo na Truth, a rede social de quem? Do Trump. A Axios diz que ela mudou a estratégia para chamar Trump de ameaça. O Washington Post diz que ela vai dar entrevista na FoxNews.
E falando em FoxNews, qual a manchete da FoxNews? Relatório revela que poderoso aliado de Kamala está disposto a compartilhar recursos com o Partido Comunista Chinês. Corram!
E quais são as ameaças de Trump?
Aposto que você não quer saber das habilidades matemáticas de Trump, mas que escalada de ameaças foi essa que o NYTimes está relatando, não?
Foi assim. No domingo, Trump disse que os democratas são o “inimigo interno” que vão causar caos na eleição e até sugeriu que a Guarda Nacional deveria ser posta na rua. Na segunda, ele disse que seus oponentes são malignos e que eles armaram as eleições. Na terça, ele se negou a dizer que vai aceitar a derrota caso ele seja derrotado.
Sobre isso. O cara que fez uma biografia de Trump, de nome Tony Schwartz, escreveu um artigo muito interessante por conta do lançamento do filme “O Aprendiz” contando que um cara que foi como um pai para o Trump (já que o verdadeiro só pensava em negócios) ensinou três lições a ele: Atacar, atacar e atacar; não admitir nada e negar tudo; e reivindicar a vitória e nunca admitir a derrota.
Mas o que Kamala disse afinal?
Na tal entrevista da Kamala (a que citei no primeiro parágrafo). Ela disse que Trump é um homem fraco e o sinal de fraqueza é o fato de querer agradar ditadores e buscar bajulação.
- Que Trump tenta incutir medo nas pessoas com a história da imigração sendo que ele poderia ter sido parte da solução com aquela história de fazer a lei bipartidária (a que Trump forçou Republicanos a não assinarem para poder usar na campanha).
- Que Trump está vendendo Bíblias.
- Que ela (Kamala) parece roteirizada porque ela é disciplinada.
- Que ela não é como Obama e está adotando uma estratégia diferente para conquistar votos dos homens negros. (Obama puxou a orelha dos homens negros dizendo que eles ficam arrumando desculpa porque não querem votar em uma mulher.)
Surpresa de outubro
Tixa do céu, o que eu estou entendendo com suas cartas então é que Kamala vai perder? Darling, não é bem assim. Estou te contando como está o momento político atual. E tem ainda as pesquisas dizendo que tudo está empatado. E ainda está todo mundo esperando a surpresa de outubro. Parece que historicamente acontece alguma surpresa em outubro que pode mudar o rumo da eleição (e nunca dá para saber para qual lado). Apesar de que ninguém mais tem palpites sobre que surpresa poderia ser essa, já que todo tipo de surpresa já aconteceu nesta corrida.
Geórgia
Hello Geórgia!!!! Um juiz decidiu que não será preciso que os mesários contem voto por voto nas urnas para saber se a quantidade de cédulas e de gente que votou é o mesmo. A mudança da regra foi feita meio em cima da hora e poderia atrasar infinitamente o resultado da eleição. Geórgia é um daqueles estados que vão decidir a eleição. E quanto mais demorar para sair o resultado oficial, mais chance de gerar aquela sensação de que teve fraude.
Por falar em Geórgia, eu já contei que a votação já começou nos Estados Unidos? Sim, darling, a tal da votação por Correio que o Trump reclama sem parar. Começou e na Geórgia, em especial, a quantidade de gente votando está acima da média.
O dindin do Musk
Agora é oficial. Até agora Musk doou US$ 75 milhões para a campanha de Trump. Isso mesmo, darling, quase meio bilhão de reais.
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De olhos nas pesquisas
KAMALA cai. Aqui nesse cantinho a gente mostra um agregado de pesquisas que reflete qual a média para um candidato e outro. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, Kamala está 1,5 ponto à frente do Trump, 0,2 a menos do que ontem. Na média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, Kamala está 2 pontos à frente de Trump. Estava com 3 de vantagem ontem.
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