Na reta final, o voto das mulheres é o mais disputado.
Um áudio voltou para assombrar Donald Trump. Olha o poder que o Dia das Bruxas tem, BRASEW.
O tal áudio foi divulgado pela primeira vez pelo Washington Post na campanha de 2016. Agora a conversa ishcrota (Tixa trabalhada no carioquês) entre Trump e o então apresentador do programa Access Hollywood começou a circular no TikTok e está viralizando entre a GenZ. Segundo o Post, muitos jovens estão chocados em saber que o tal áudio foi divulgado antes das eleições e mesmo assim Trump ganhou.
Em um dos vídeos mais vistos, aparece uma garota ouvindo a conversa com o título: “Pais estão votando para este homem”.
Tixa do céu!!! Mas o que tem neste áudio? Calme-se (erro de grafia proposital), eu transcrevi aqui para você, darling. Começa com Trump dizendo assim:
“Eu a segui, e falhei. Admito.”
“Uau!”, disse outra voz.
"Eu tentei f—- ela. Ela era casada."
Trump continua: “E eu a pressionei muito fortemente. Na verdade, eu a levei para comprar móveis. Ela queria comprar alguns móveis. Eu disse: 'Vou te mostrar onde eles têm alguns móveis legais.'”
“Eu me movi para cima dela like a bitch, mas não consegui chegar lá. E ela era casada. Então, de repente, eu a vejo, ela agora tem peitos grandes e falsos e tudo. Ela mudou totalmente o visual.”
Os dois ficam em silêncio por um tempo e então o áudio segue.
"Sua garota é gostosa pra caramba, a de roxo", diz o apresentador para Trump provavelmente se referindo a outra apresentadora do programa.
“Uau!”, diz Trump. “Uau!”
Trump segue:
“Tenho que usar alguns Tic Tacs, só por precaução, caso eu comece a beijá-la.”
“Você sabe que sou automaticamente atraído por pessoas bonitas — eu simplesmente começo a beijá-las. É como um ímã. Apenas beijo. Eu nem espero.”
“E quando você é uma estrela, elas deixam você fazer isso.”
“Você pode fazer qualquer coisa.”
Outra voz, aparentemente do mesmo apresentador, diz:
“O que você quiser.”
Trump arremata:
“Agarre-as pela xoxota. Você pode fazer qualquer coisa.”
Sim, darling, tudo nessas palavras. O áudio vazou pouco antes das eleições e Trump disse que era bobagem alguém se apegar a uma conversa de vestiário, ocorrida há tanto tempo.
Mas por que a conversa morreu e não influenciou a eleição?
Porque na sequência a imprensa ficou mais interessada em falar dos hackers russos que divulgaram os e-mails de Hillary (seu crime: mandar e-mails com assuntos oficiais de seu endereço pessoal). Cada um com suas prioridades.E qual o assunto da reta final?
Quero dizer que nesta reta final, parece que Kamala está se apegando à questão de gênero em uma tentativa de conquistar votos das mulheres brancas. Ultimamente Trump tem dado munição. Outro dia ele disse que iria proteger as mulheres “elas gostem ou não”.
Kamala disse em um evento em Wisconsin que os comentários de Trump eram muito ofensivos a todos os americanos. A campanha de Trump respondeu: “Por que Kamala Harris discorda do presidente de querer proteger mulheres, homens e crianças de crimes de imigrantes e adversários estrangeiros?” Então tá, então.
Ontem Trump foi além e disse que vai colocar Robert F. Kennedy para cuidar da saúde das mulheres. Kennedy chegou a ser um terceiro candidato independente nas eleições, já foi democrata e agora desistiu para apoiar Trump. Seu histórico: é contra vacinas e era contra o aborto (só mudou por conta da eleição).
Mulheres brancas
E por que as duas campanhas estão indo atrás dos votos das mulheres brancas? Porque elas são o maior grupo demográfico de eleitores dos Estados Unidos. Elas representam cerca de 30% de todo o eleitorado. O problema é que elas parecem atraídas para Trump. Em 2016, 47% das mulheres brancas votaram para Trump (sim, mesmo com o áudio da xoxota) e apenas 45% para Hillary (que fez uma campanha toda trabalhada no “sou mulher”).
E o que aconteceu em 2020? Trump conquistou o voto de 53% das mulheres brancas. Biden teve 46%.
A esperança da Kamala é que a questão do aborto e dos direitos reprodutivos das mulheres faça diferença dessa vez. Trump foi o responsável pela nomeação de ministros supremos conservadores que tiraram os direitos nacionais das mulheres em fazer aborto (cada Estado passou a ter uma legislação específica e vários passaram a proibir o aborto).
Já falei aqui várias vezes, mas vou falar de novo. O que acontece na vida real (para dar só um exemplo) é que mulheres que estão tendo abortos espontâneos, não são atendidas nos hospitais porque o aborto é proibido e elas simplesmente morrem. A realidade se impôs e por isso nesta eleição, as eleitoras estão querendo candidatos a favor do aborto. Mesmo Trump passou a dizer que é a favor em alguns casos (mas daquele jeito não muito firme).
Fiquei aqui pensando: será que a história das mulheres com gato do JD Vance ainda influencia?
Fuzilamento de Liz
E o Trump que subiu no palco com o extremista Tucker Carlson, um ex-apresentador da Fox News, e disse que deviam colocar a Liz Cheney (a republicana que está fazendo campanha para Kamala) em uma zona de guerra com nove canos apontando para ela?
“Ela é uma falcão de guerra radical. Vamos colocá-la com um rifle ali com nove canos atirando nela, OK? Vamos ver como ela se sente sobre isso. Você sabe, quando as armas estão apontadas para o rosto dela.”
Trump fanfarrão
Sabe aquela entrevista da Kamala para o 60 Minutes da CBS News, programa que Trump se recusou a participar? Então, Trump entrou com uma ação judicial contra a emissora pedindo US$ 10 bilhões em danos por supostos "atos partidários e ilegais de eleição e interferência dos eleitores". Basicamente, Trump acusa a CBS de ter feito uma edição na fala de Kamala sobre a guerra entre Israel e Hamas para favorecer os democratas.
As chances de Kamala
Uma pesquisa Gallup diz que o entusiasmo dos democratas para votar em Kamala está maior do que o registrado na eleição arrasadora de 2008 de Obama.
Se os dados estiverem corretos, isso pode significar um grande comparecimento no dia da eleição. Lá nos Estados Unidos o voto não é obrigatório. Significa que quem sair de casa para votar, vai votar mesmo.
A pesquisa mostra que os democratas têm 10 pontos de vantagem em entusiasmo sobre os republicanos.
Eis os números divulgados pela Axios:
- Os 77% de democratas que dizem estar animados superam os 75% que disseram estar animados em 2020. Em 2016, esse número era de 50%.
- Entre os republicanos, 67% dizem estar animados.
- Essa mesma pesquisa da Gallup estava correta em 2020 e 2016 — mas errou feio em 2012, quando os números mostraram que os republicanos tinham uma vantagem de 12 pontos (mas Obama se reelegeu).
E a JLo?
Subiu no palco da Kamala ontem, darling. Efeito da fala do comediante que abriu o grande comício final de Trump dizendo que Porto Rico era uma ilha de lixo. Jennifer Lopez é porto-riquenha. E por que isso importa mesmo? Porque 500 mil eleitores na Pensilvânia (um dos estados decisivos) são porto-riquenhos.
Ah, não, Biden. Cê não mandou essa II
A agência de notícias AP informou que os assessores de Biden simplesmente mudaram a transcrição do que o presidente disse na ligação em que chamou os eleitores de Trump de lixo.
Um e-mail do Escritório de Estenografia da Casa Branca diz que a intervenção da assessoria de imprensa na transcrição da videochamada de Biden foi "uma violação de protocolo e violação da integridade da transcrição entre os Escritórios de Estenografia e Imprensa."
A transcrição dos estenógrafos afirma que Biden disse: "O único lixo que vejo por aí são seus apoiadores."
A transcrição divulgada pela assessoria foi: “O único lixo que vejo por aí é o de seus apoiadores.”
O que nos resta?
Só nos resta ir para o fim de semana e nos prepararmos porque a eleição já é semana que vem, BRASEW.
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De olhos nas pesquisas
QUASE TUDO IGUAL. Aqui nesse cantinho a gente mostra um agregado de pesquisas que reflete qual a média para um candidato e outro. Escolhemos duas delas. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, Trump está 0,3 ponto à frente de Kamala. Era 0,4 ontem. Já na média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, Kamala permanece 1 ponto à frente de Trump.
Por que os agregados dão resultados diferentes? Um dos motivos é que o RealClearPolitics pega um número maior de pesquisas para analisar, o que acaba agregando pesquisas com menor qualidade técnica também. De qualquer forma, a tendência dos dois agregadores sempre foi a mesma. E a tendência de agora é a da Kamala perdendo espaço.
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