Xandão, nosso xerife geral da República, terminou a semana do julgamento da denúncia de Bolsonaro dando uma suavizada geral no rolê supremo. Mandou a pichadora para prisão domiciliar e arquivou o processo da vacina do Bolsonaro.
Débora Rodrigues, a cabeleireira que pichou o “perdeu, mané” na estátua da liberdade, digo, da Justiça foi condenada pelo Xandão a 14 anos de prisão. Obviamente, Xandão diz que não foi só uma pichação da estátua, já que ela participou dos atos golpistas do 8 de janeiro. O supremo Dino acompanhou o voto.
Os bolsonaristas gritaram, disseram que era um absurdo uma pobre coitada, com dois filhos em casa ficar presa por pichar de batom uma estátua. Encontraram eco no supremo Fux que pediu vistas e disse que vai rever a pena porque acha muito abusiva. In Fux they trust!
Aí, o Xandão decidiu nesta sexta que com a paralisação do julgamento estava na hora da Débora cumprir prisão domiciliar. Xandão acatou o argumento do procurador nada amigo geral da República, Paulo Gonet, de que a mudança para prisão domiciliar respeitaria os "princípios da proteção à maternidade e à infância e do melhor interesse do menor", já que ela tem dois filhos. Ah, sim, claro, claro.
No inconsciente coletivo fica aquela sensação de que Xandão resolveu dar aquela equilibrada e evitar assim que as críticas comecem a ganhar vulto não só entre bolsonaristas. E para mostrar sua justiça divina, digo, suprema, Xandão também decidiu, nesta sexta, arquivar o processo do caso do cartão de vacina do Bolsonaro por falta de provas.
Nos dois casos, tanto da Débora quanto do cartão de vacina, Xandão fez dobradinha com o procurador geral.
No caso do cartão, os dois acham que a delação do Mauro Cid não era suficiente para abrir um processo penal contra Bolsonaro. Sentiu?
O velho Tarcísio
Antes de ir dormir, que essa semana está longa demais, uma rapidinha do Tarcísio, o nosso governador que que se acha o Thor, e aqui é chamado de Thorcísio. Ele, hoje, defendeu a renovação na política para evitar que “gente velha, com cabeça velha” se perpetue no poder.
Olha aí os bolsonaristas querendo repetir a narrativa que se deu nas eleições americanas de que o presidente é velho demais para continuar no cargo (ignorando que Trump era quase tão idoso quanto Biden).
Laura no Jardim
E hoje não posso deixar de notar duas notícias da economia que dão aquela resvalada no noticiário político.
O governo conseguiu indicar para o Conselho da Eletrobras (que já foi privatizada) o Maurício Tolmasquim, o Silas Rondeau e o Nelson Hubner (tudo gente da área de energia de antigos governos Dilma e Lula). E o Lula ainda emplacou finalmente um cargo para o Guido Mantega, que vai fazer parte do conselho fiscal da Eletrobras.
A outra notícia é a de que o BRB, que é o banco estatal de Brasília, comprou por bilhões o polêmico Banco Master, do Daniel Vorcaro. Detalhe: apesar de ter ficado com 58% do capital, o BRB comprou somente 49% das ações com direito a voto. Humm. Vorcaro é aquele que fez uma festa de uns 20 milhões de reais para a filha de 15 anos em Belo Horizonte.
Chega, BRASEW, bora para o fim de semana que a pizza já chegou.
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